Histórico Polo da Luz Erechim

Histórico de surgimento do Polo da Luz

Por volta de 1965, após peregrinar e estudar no conteúdo de diversas religiões, principalmente as de cunho transcendental e/ou espiritualista, pois era motivado intuitivamente em sempre procurar um novo ponto de referência no tocante em discernir a respeito da própria vida e sua interação, visto que, batizado na igreja Luterana, havia o sentido de que as religiões de cunho bíblico não locupletariam a necessidade latente e presente em seu espírito. Deste modo, o fundador do Polo da Luz buscava e transcendia em vontade de buscar no conhecimento e experiência adquirida pelas comunidades religiosas e filosóficas o senso ou elo de ligação até então aberto na sua referência de ser.

Todos os arremedos tornaram-se insuficientes em sustentar ou arrebatar a interrogação interna. Sempre esteve ligado ao principio filosófico da LBV – Legião da Boa Vontade, através de seu fundador Alziro Zarur. E é justamente neste momento de sua vida, em que a necessidade material bateu a sua porta, pois havia ficado sem recursos financeiros e igualmente não conseguia arrematar trabalho por onde também a desesperança se fazia presente, que surgiram os primeiros movimentos subliminares para aquele que seria não só a consolidação de uma planificação pré-existente no plano espiritual como o fechamento do elo aberto no sentido de seu ser.

Não menos interessante foi de como se sucederam os fatos que legaram a realização do escopo.

Com o desejo de buscar sustentação financeira através de algum trabalho, o que se tornava a cada dia que passava mais difícil, em face da idade, além daquela da mediana de mercado, procurava e perguntava a si mesmo o que haveria de diferente na dificuldade de manter a própria subsistência. Era desta forma que se justificava cada vez mais no estudo das religiões por querer entender a razão divina perante tantas intempéries. Foi quando um amigo, Celso Aita, o convidou para participar de uma reunião em um centro de Umbanda com o fim de receber “passes e bons fluídos”, o qual aceitou sem maiores pormenores.

Ao participar, em data marcada, de uma reunião no centro de Umbanda, pois na verdade o terreiro pertencia somente a uma mãe de santo, qual seja, era um centro de trabalho individual ou no máximo dois médiuns e assessores que ali trabalhavam, recebeu através da entidade incorporada a mensagem de que deveria procurar um centro espírita com a finalidade de ser efetuado um trabalho de desobsessão, e que este trabalho somente a casa espírita podia realizar.

Tal manifestação deixou-o conturbado visto que, por incrível que pareça, apresentava uma aversão gratuita contra o espiritismo. Não sabia exatamente do que tratava e nem o que sentia, porém a certeza era que esta religião se apresentava como o oposto de um sentimento disponibilizado em assimilar, apesar de acenar positivamente para alguns aspectos lógicos que ela professava.

Assim, pois, por pressão de amigos e familiares, principalmente de sua esposa que dizia que valeria a pena tentar, e segundo ela, “pior não poderia ficar”, que aceitou a condição de participar do trabalho de desobsessão e que assim fora marcado para alguns dias adiante. Vale ressaltar que durante este período de espera, muitas ocorrências que envolviam conflitos se sucederam. A ideia que surgira era de que o “mundo estava desabando sobre sua cabeça”, assim relatava. No dia marcado, presente ao trabalho no centro espirita Circulo da Luz, em Porto Alegre, iniciou-se a reunião até então conhecida com “mesa branca”. Logo de início, apresentou-se uma entidade cobrando valores passados, outra intentando um processo de vingança com sentimento de grande revolta. Atento ao dialogo que era mantido com o doutrinador e diretor dos trabalhos, ficou evidenciada em pormenores o acompanhamento diário que a entidade fazia e que conhecia o cotidiano daquele que era desafeto e ou contrário à conduta e vontade de realizar alguma coisa, inclusive com a capacidade de infiltrar no próprio corpo mental do encarnado o sentimento de aversão a aspectos que, na verdade, eram idealizações do próprio obsessor. Quando a entidade, durante o processo de manifestação, afirmou: “ele pensa que é ele que não quer, mas na verdade sou eu que não quero”, desencadeou posteriormente uma avalanche de indagações, naturalmente sem antes ficarem esclarecido todos os aspectos do processo obsessivo.

Iniciou-se daí um efeito cascata de buscar no seio do espiritismo algumas respostas para interrogações, pois havia “sumido”, como num passe de mágica, a aversão a esta doutrina. Quanto mais estudava, mais se encantava e mais se identificava não só com relação a sua base religiosa e filosófica, mas principalmente pelo aspecto da lógica e princípios naturais que apresentava.

À medida que avançava em estudos, sempre buscava confirmação de cunho espiritual, já que neste momento era assíduo frequentador das “sessões espíritas”, tanto nas casas Dias da Cruz como Círculo da Luz. Quanto mais frequentava e trabalhava, mais abria-se o leque do entendimento daquelas que são verdades espirituais e, paulatinamente, discorria seu pensamento em estabelecer e aproximar elos que entendia ainda não abordados dentro do conteúdo até então absorvido. Não desejava mudar, fique claro, mas sim contribuir para um melhor entendimento das relações do âmbito espiritual e físico. Não raras vezes comentava com aquela que era sua esposa, que do momento em que admitiu e assimilou o espiritismo, era como se havia encontrado muitas certezas no questionamento de seu íntimo, e à medida em que avançava em estudos, mais abria-se o leque do conhecimento e tanto mais intensamente lhe chegava intuitivamente a compreensão das relações entre os planos físico e espiritual, muito mais dilatava-se a certeza do entendimento da Lei de Causa e Efeito. Tenha-se em conta, nesta fase, a aproximação de vários amigos espirituais, os quais o acompanhavam desde o momento anterior à reencarnação.

Passados alguns anos, via que seu entendimento, apesar de lógico, racional e muito mais abrangente, encontrava barreiras para ser discutido e assimilado, pois apesar de muitos entenderem no próprio meio espírita as conexões feitas pelos estudos apresentados, permaneciam presos a aspectos organizacionais e cooperativistas.

Foi neste ínterim, mais precisamente no ano de 1978, que o fundador do Polo recebeu um convite e porque não dizer uma intimação, que a princípio pareceu-lhe muito estranha, e intermediada por seu amigo Celso em se fazer presente novamente naquele mesmo centro de umbanda. Após muito relutar, foi marcado o colóquio de cunho extremamente reservado, e quando então teve a grata surpresa de conhecer aquele que era seu mentor espiritual de nome Splen, já que no médium do terreiro não se manifestou, naquele momento, aquela entidade que normalmente ali se fazia presente. Como fato curioso salienta-se que a entidade espiritual (preto velho e ou pai de santo) que ali se manifestava, sabia de antemão por contatos no próprio plano espiritual, que estaria sendo agendado junto ao médium (rotulado no meio da umbanda como cavalo) esta reunião e que nesta haveria a presença de um grande espírito de luz que deveria transmitir mensagens vinda de “mais acima”.

Nesta comunicação, dentre muitos questionamentos, esclarecia o mentor que uma das etapas havia sido vencida, dentre outros daquele que se caracterizava como o aspecto da missão de nosso irmão, objetivado na pré-existência física. Estava acabando uma de suas etapas através da superação de barreiras, qual seja, o rompimento de argolas materiais, a compreensão através do estudo de aspectos intrínsecos da estrutura do ser mental, perispiritual e sua relação com o corpo denso, da relatividade de densidades em planos espirituais, entre outros, e assim iniciava-se uma nova etapa em seguimento àquele que era o objetivo proposto, sendo inclusive com possibilidade de mudar de cidade.

No que tange ao histórico espiritual, esclarece o mentor nesta mesma reunião, que tanto o patrono como seu amigo Celso eram tutelados desde o tempo da saída dos judeus do Egito e que ambos fizeram parte da travessia do deserto em busca da terra prometida e que igualmente antes mesmo desta vida física, portanto no plano semi material, havia aceitado a missão que ora estava sendo “lembrada”. Igualmente recebeu a informação de que o cunho de conhecimento espiritual que recebera era apenas um despertar e lembrança dos ensinamentos ministrados na preparação da nova vida, e que também, sobre o mesmo enfoque, somente mais dois lugares haveriam de apresentar a mesma orientação, e que seriam presentes na cidade de Recife/PE e na Argentina. Percebeu também, neste momento, o grande plano na espiritualidade em pulverizar a disseminação do conteúdo proposto, acompanhada também em outros campos de conhecimento, várias personalidades que se fariam presentes em seu particular contexto.

Portanto nesta nova fase, de se transpor outras pedras do caminho, nosso irmão haveria de preparar-se para iniciar individualmente um centro de estudos junto aqueles que compartilhavam dos seus pensamentos. Deste modo, muito simples e acabrunhadamente começou com aqueles mais próximos, no próprio ambiente doméstico, em disseminar o conteúdo. Paralelamente, iniciava em registrar e ou colocar em livro o seu estudo, o qual deu origem posteriormente ao “Resumo” (livro não editado).

Como paulatinamente o grupo aumentava, houve a premência de adequar espaço físico e assim nos fundos da Travessa Nova Trento, 102 Bairro Tristeza em Porto Alegre, surgiu uma espécie de mini centro espírita batizado com o nome de Polo da Luz, destinado essencialmente a trabalhos mediúnicos e esporadicamente um trabalho idêntico ao daquele hoje conhecido como terapia de cores.

Invariavelmente, no “Polinho” mensagens eram enviadas por mentores, psicografadas e ou psicofônicas, que confirmavam entre tantas e indicavam um novo rumo a ser tomado, qual seja a de mudança para fora de Porto Alegre. Houve a necessidade para locupletar esta intenção, de movimentar-se condições em desapropriar os imóveis de domicilio, situação esta que segundo a espiritualidade aconteceria a contento. Vale lembrar que dos imóveis ora em questão, quando de tempos anteriores em que pretendia vendê-los para suprir necessidades imediatas, com perda de 60% ao preço de mercado, não lograva êxito, e a isto a espiritualidade manifestou-se de que aquela não venda se justificava agora para nova situação.

Em 1982, aconteceu a mudança, e aquele que era o “Polinho” foi continuado em outro ambiente físico, com outro nome, junto à praça do Bairro Tristeza.

Vale lembrar que quando de diversas mensagens enviadas, foi dado pela espiritualidade a opção de escolha entre três cidades, pois que pela localização desta nova casa, representariam um elo de luz espiritual naqueles ambientes um tanto obscurecidos pela densidade umbralina, e também em apoio aos movimentos evangelizadores já existentes. A cidade de Erechim fora escolhida por razões particulares e de simpatia daquele que se tornaria mais tarde o patrono desta casa espirita, quando em visita em loco. Começaria assim o trabalho de implantação de núcleo de estudo e já que não havia outro local, aconteceu por ser na casa do fundador através de reuniões informais. Com o início muito adverso, inclusive perseguições no âmbito profissional e particular, não só de familiares, mas também ao próprio patrono, que inicialmente face o modo incisivo de abordar ensinamentos, fora tolhido de “bruxo”, naturalmente havendo como origem os processos indutivos e movimentados por entidades inescrupulosas que encontravam na contra parte material, farto campo de exteriorização daquelas que eram suas resoluções, o ambiente espiritual igualmente denso sendo afetado pelo trabalho evangelizador e esclarecedor, superaram-se as pedras do caminho, e paulatinamente, com efeito cascata, a vontade de uns transformou-se no desejo de muitos e o momento em que estes movimentos aconteceram em erguer um ambiente mais conforme.

Surgiram as doações e os voluntários. Em um pequeno feito e ou sala de madeirite (utilizado em construções) medindo 5 x 5 localizado no terreno da residência do próprio fundador, surge em 1986 aquele a quem acostumaram a chamar de “Polinho”. Os trabalhos realizavam-se duas vezes por semana, qual seja, terças e quintas feiras e os sábados eram destinados à evangelização infantil. Alguns anos após aumentou a frequência e nas quarta feiras surge o trabalho destinado apenas à desobsessão, já que até então eram caracterizadas as reuniões por estudos e mediúnica. Logo após mais dois anos, as reuniões passarem a ser diárias (segunda à sexta-feira) . Em 1989, com o contingente maior, novamente através de doações, um novo aumento do espaço físico se fez mister e assim surge a segunda sala do “Polinho”, na razão de 6 x 4 metros, também de madeirite, e assim agora existiam trabalhos paralelos nas duas salas e venda de lanches. Cabe salientar que havia uma característica de sempre após os trabalhos, as pessoas permanecerem dialogando sobre os trabalhos realizados e não raramente acabavam por se dispersar por volta de 23horas e 30 minutos. Como esta situação evidenciava a necessidade de ingestão de algum lanche, já que todos trabalhavam praticamente em jejum, surgiu a ideia, da venda de lanches entre os permanecentes e assim, de lanche em lanche, iniciou o processo de angariar fundos para ressarcimento de despesas de manutenção. img011

Consolidada estava, neste movimento de trabalho, a continuidade e o amparo às outras casas espíritas na finalidade de levar mais luz à vizinhança espiritual.

Surge, por volta de 1995, o incentivo para preparar-nos para um novo patamar de mudança, o que seria a origem daquele que é hoje o Polo da Luz. Para obtenção de recursos a fim de propiciar e materializar esta nova possibilidade, foram realizadas rifas e a continuidade da venda de lanches. Foram doados também um automóvel e computador, sendo da mesma forma rifados. Organização de almoço e ou jantas também fizeram parte dos recursos angariados. Todos estes recursos para edificação do prédio, que tinha por objetivo ser inaugurado no ano de 1997.img034

Havia uma particularidade que ficou marcada até então, pois aquele que fora o fundador e patrono do Polo da Luz, juntamente com sua esposa, tinham uma certeza que apesar de participarem dos preparativos e projetos “nunca veriam materialmente o prédio construído” face à desencarnação próxima. E assim foi…